Pós-banimento do Amianto foi tema de Seminário Internacional

O encontro foi marcado pela busca de soluções para auxiliar os trabalhadores acometidos por doenças resultantes da exposição à fibra

São Paulo -  O 2º Seminário Internacional Brasil Sem Amianto: uma Abordagem da Saúde do Trabalhador, realizado em São Paulo, entre os dias 15 e 18 de maio, produziu diversas reflexões sobre o que será feito com o passivo resultante da utilização do amianto por quase um século em vários países.

O evento contou a participação de estudiosos da causa nas áreas da Educação, Saúde, Direito, Tecnologia da Informação  e Direitos Humanos que proferiram palestras nos painéis propostos para o encontro. Autoridades em Saúde e Educação de países como Inglaterra, Itália, Austrália e Estados Unidos trouxeram suas experiências sobre os traumas e prejuízos provocados pelo uso do amianto em seus países ao longo de muitos anos de exposição à fibra cancerígena.

Sob a coordenação do Ministério Público do Trabalho, do Departamento Intersindical de Pesquisas de Saúde em Ambientes de Trabalho (Diesat), além da Associação dos Expostos ao Amianto (Abrea) os profissionais se uniram com o objetivo de buscar soluções na área de Saúde do Trabalhador e também jurídica, para garantir os direitos de pessoas que de alguma forma foram prejudicadas com a substância cancerígena.

Para o Procurador Geral do Trabalho, Ronaldo Curado Fleury, o desafio agora é dar mais efetividade à decisão do STF. “Temos que garantir que os valores que as empresas contaminadoras vão pagar pelos danos, sejam revertidos para os trabalhadores e também para a sociedade, porque os malefícios foram de grande extensão”, ressalta Fleury.

Na avaliação dos debatedores, a notificação e o diagnóstico dos expostos ao amianto, junto aos serviços de saúde do país ainda são muito precários. Há cerca de  200 casos notificados todos os anos, mas acredita-se que o número poderia ser até quatro vezes maior, caso houvesse maior conscientização e capacitação dos profissionais de saúde sobre as consequências da utilização da fibra.

Nesse sentido, o ideal seria concentrar esforços na capacitação dos profissionais de saúde e ampliar a atuação dos Centros de Referência em Saúde do Trabalhador (Cerest), que podem fazer uma busca ativa mais detalhada em seus territórios.

Para o presidente da Abrea, Eliezer João de Souza, a utilização do amianto de maneira equivocada provocou uma tragédia socioambiental de proporções ainda ignoradas pelo conjunto da sociedade. “As discussões dentro deste seminário salientam a necessidade de dar maior conhecimento a todos os órgãos responsáveis em resgatar os direitos dos trabalhadores em todas as esferas de governo, buscando diminuir a aflição de várias famílias brasileiras, acometidas pelas moléstias provocadas pela exposição ao amianto”, comentou Eliezer.

De acordo com a representante do MPT, responsável pela organização do seminário, Márcia Kamei López Aliaga, o diálogo com a sociedade está sempre aberto e os atores sociais que quiserem participar terão acesso imediato, para agregarem seu conhecimento. “Essa fase pós-banimento irá gerar muito mais trabalho do que tivemos até agora. Por isso, contamos com a participação de todos para os desafios que se avizinham”, ponderou Márcia.

Outras informações sobre o Seminário podem ser obtidas em www.brasilsemamianto.com.br

Fonte:Assessoria de Comunicação Social MPT-SC

Coordenação: Fátima Reis

Estagiária: Eduarda Hillebrandt

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Publicado em 25/05/2018

 

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